O MONITOR DA Energia do Futuro no Brasil

Acompanhe as notícias, investimentos, inovações tecnológicas e eventos que impulsionam o futuro do setor energético no país, com a curadoria do Deputado Federal Arnaldo Jardim.

Investômetro

do Hidrogênio e do Combustível do Futuro
R$ 346 Bilhões

Notícias

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Dados dos Setores

Agro do Brasil produz Energia

A bioeletricidade representou 8,5 % da capacidade instalada em abril de 2024. Sem incluir a MMGD (Micro e Mini Geração Distribuída). Em março de 2025, a biomassa da cana (bagaço e palha) respondia por 70,1% de toda potência outorgada pela fonte biomassa, já o licor preto 20,6%
  • 637 empreendimentos

    movidos à biomassa espalhados por todo o Brasil.

  • 422 utilizam

    bagaço de cana de açúcar - geração total de 12.410 MW.

  • 76 usinas

    utilizam resíduos florestais – geração total 820 MW.

  • Em 2024, 86% da bioeletricidade

    sucroenergética para a rede foram ofertados justamente entre maio e novembro.

Bioeletricidade ofertada para a rede , por tipo de biomassa, 2023 (% do total)

Em março de 2025, a capacidade instalada outorgada e em operação no país totaliza 211.421 MW. A fonte biomassa — que reúne diferentes tipos de matérias-primas — soma 18.062 MW, correspondendo a 8,5% da capacidade instalada na matriz elétrica do Brasil e ocupando a terceira posição entre as fontes de geração.
A biomassa da cana-de-açúcar (bagaço e palha) responde por 70,1% dessa potência, com 12.670 MW instalados, uma capacidade superior à da usina de Belo Monte (11.233 MW), e conta com 428 unidades em operação comercial. O licor negro, proveniente da indústria de celulose, ocupa a segunda posição, com 3.719 MW e 23 unidades em operação, seguido pelos resíduos florestais, que somam 889 MW e 77 unidades.

Referência em Biocombustíveis

O Brasil consolida‑se como um dos líderes globais no setor de biocombustíveis, sendo o segundo maior produtor global de etanol, atrás apenas dos EUA , e terceiro maior produtor de biodiesel. 
Em 2025, o setor vive uma nova fase com o avanço das misturas obrigatórias, conforme previsto na Lei do Combustível do Futuro e nas resoluções do CNPE. A gasolina C passou a conter 30% de etanol anidro (E30), enquanto o óleo diesel incorpora 15% de biodiesel (B15) — marcos com potencial de impacto na produção e no fornecimento de insumos.

Produção de Culturas Energéticas

Para os críticos, as culturas energéticas como cana-de-açúcar, a beterraba, dendê, milho, soja, trigo concorrem com a produção de alimento, o que levaria ao aumento do preço das commodities agrícolas.

ETANOL DE CANA-DE-AÇÚCAR:

A produção de etanol de milho deve crescer 14,5% na safra 2025/26, alcançando 8,98 bilhões de litros — um novo recorde histórico.
O setor segue em expansão: o Brasil conta atualmente com 25 plantas em operação, 18 em construção e 19 em fase de projeto.
Quando todas estiverem ativas, a capacidade instalada pode atingir 24,7 bilhões de litros até 2034, com o processamento de cerca de 56,6 milhões de toneladas de milho.

ETANOL DE MILHO:

A produção de etanol de milho deve crescer 14,5% na safra 2025/26, alcançando 8,98 bilhões de litros — um novo recorde histórico.
O setor segue em expansão: o Brasil conta atualmente com 25 plantas em operação, 18 em construção e 19 em fase de projeto.
Quando todas estiverem ativas, a capacidade instalada pode atingir 24,7 bilhões de litros até 2034, com o processamento de cerca de 56,6 milhões de toneladas de milho.

Fonte: DATAGRO (2025), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e ANP

A Lei do Combustível do Futuro mantém o percentual obrigatório de etanol anidro na gasolina C entre 22% e 35%, conforme definição do CNPE. Atualmente, o percentual em vigor é de 30% (E30).

BIODIESEL DE SOJA

Em 2025, o óleo de soja segue como principal matéria-prima para a produção de biodiesel, respondendo por 74,79% do total até novembro.

Na sequência, apareceram:
• Outras matérias graxas: 13,57%
• Gordura bovina: 5,98%
• Outras matérias-primas: 5,25%
• Óleo de palma: 0,39%
• Óleo de girassol: participação residual

Produção Nacional: o Brasil conta com 59 plantas de biodiesel em operação.
Até novembro de 2025, foram produzidos 7 milhões de m³ do biocombustível.

Fonte: UNICA, DATAGRO, ANP

A Lei do Combustível do Futuro estabelece que o percentual obrigatório de biodiesel no diesel fóssil varie entre 13% e 25%. Atualmente, está em 15% (B15).

Biogás/Biometano

A Lei do Combustível do Futuro estabelece meta de redução de emissões de GEE de 1% a partir de 2026, limitada a 10% no total, no mercado de gás natural.

Certificado de Garantia de Origem do Biometano (CGOB)

O CGOB é o instrumento criado pela Lei do Combustível do Futuro para garantir rastreabilidade e transparência na comercialização do biometano. Emitido por produtores ou importadores, poderá ser negociado no mercado e servirá para comprovar o cumprimento das metas de descarbonização.


A ANP será responsável por regulamentar a metodologia de cálculo, fiscalizar o cumprimento das metas e definir os agentes obrigados com base no volume de gás comercializado. A emissão exigirá certificador de origem e escriturador, e cada certificado terá validade máxima de 18 meses.

Sustainable Aviation Fuel (SAF)

O consumo de querosene de aviação (QAV) mantém papel relevante na matriz energética nacional. Em 2025, a demanda brasileira alcança cerca de 7,3 bilhões de litros, com previsão de crescimento para 7,5 bilhões em 2026, segundo estimativas da EPE.
  • No cenário global, o setor aéreo tem avançado no desenvolvimento e uso de combustíveis sustentáveis, em consonância com o CORSIA, programa da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) que estabelece a meta de emissões líquidas zero até 2050. O Brasil é signatário do programa, regulamentado no país pela Resolução nº 743/2024 da ANAC, que define parâmetros para a compensação e redução das emissões de CO₂ em voos internacionais.

  • Em âmbito doméstico, a Lei do Combustível do Futuro institui o Programa Nacional de Combustível de Aviação Sustentável (ProBioQAV), que determina a obrigatoriedade do uso progressivo de SAF em voos domésticos a partir de 2027. Cabe à ANP e à ANAC definir a metodologia de cálculo das reduções de emissões e fiscalizar o cumprimento das metas pelas companhias aéreas.

  • As projeções da EPE indicam que a demanda nacional de SAF deve variar entre 0,9 e 3 bilhões de litros em 2027, podendo atingir até 9,1 bilhões de litros em 2037, à medida que se ampliem as metas nacionais e internacionais.

Projetos de SAF em desenvolvimento no Brasil

  • Zona Franca de Manaus (AM): A Brasil BioFuels (BFF) está desenvolvendo uma biorrefinaria com capacidade de 500 milhões de litros/ano de SAF e diesel verde (HVO), utilizando óleos de palma, soja e milho. Operação prevista para 2026.

  • Refinaria de Mataripe (BA): A Acelen Renováveis planeja uma planta anexa à Refinaria de Mataripe, com previsão de  início das operações em 2028 e produção de 1 bilhão de litros/ano de diesel verde e SAF, tendo a macaúba como principal matéria-prima.

  • Refinaria Presidente Bernardes (SP): A Petrobras projeta nova unidade para produzir SAF e diesel verde a partir de 2029, com capacidade de 350 milhões de litros/ano de SAF a partir de mistura de 70% óleo de soja e 30% sebo bovino.

  • Refinaria de Paulínia (SP): Outra iniciativa da Petrobras, baseada na rota Alcohol to Jet (ATJ). Pretende produzir 10 mil barris de SAF/dia, utilizando de 3 a 4 milhões de litros de etanol por dia.


Enquanto a produção nacional se estrutura, o país já iniciou operações de importação de SAF. Em março de 2025, a Vibra Energia, por meio da BR Aviation, realizou a primeira importação e distribuição do combustível no Brasil. O produto, obtido pela rota HEFA, a partir de óleo de cozinha usado (UCO), está disponível no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão/RJ).
  • No Brasil, o setor consome aproximadamente 6 bilhões de litros de combustível fóssil de aviação por ano, porém produzimos apenas 80% do volume. O potencial brasileiro é de 9 bilhões de litros de SAF.

  • Cada 1% do mandato significa 60 milhões de litros de SAF. Considerando apenas o ProBioQAV, os projetos anunciados são suficientes para atender as metas estabelecidas até 2037.

Diesel Verde

O diesel verde, ou diesel parafínico, é obtido de matérias-primas renováveis e pode substituir integralmente o diesel derivado do petróleo, sem necessidade de adaptação dos motores.

No Brasil, a Resolução ANP nº 842/2021 reconhece cinco rotas tecnológicas de produção do diesel verde:

 • Hidrotratamento de óleos e gorduras (HVO – Hydrotreated Vegetable Oil);

 • Gás de síntese proveniente de biomassa (Fischer-Tropsch);

 • Fermentação de carboidratos;

 • Oligomerização de etanol ou isobutanol;

 • Hidrotermólise catalítica de óleos e gorduras.

Essas rotas permitem a produção de um biocombustível “drop-in”, quimicamente análogo ao diesel fóssil, atendendo às especificações da ANP.

A Lei do Combustível do Futuro cria o Programa Nacional do Diesel Verde (PNDV) com o objetivo de incentivar a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso desse biocombustível.
Em 2025, a ANP incluiu o diesel verde e o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) entre os biocombustíveis que poderão gerar Créditos de Descarbonização (CBios) dentro do programa RenovaBio.

Captura e Armazenagem de CO2 – CCS

A Lei do Combustível do Futuro estabelece o marco legal para as atividades de captura, movimentação e estocagem geológica de dióxido de carbono em subsolo (CCS).

Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono

O hidrogênio passou a ocupar posição central nas estratégias energéticas e climáticas de diversos países, inclusive do Brasil, por oferecer alternativas de descarbonização para setores de difícil abatimento de emissões e possibilitar o acoplamento entre os setores de energia, indústria e transporte.
  • Eletrobrás (Projeto-piloto em Itumbiara/GO - Rio Paranaíba);

  • Green Energy Park no Brasil ( Piauí);

  • Fortescue Brasil (Complexo do Pecém – CE);

  • Casa dos Ventos (Complexo do Pecém - CE);

  • Brasil pode produzir, em 2030, o H2V mais competitivo do Mundo.

Panorama e Oportunidades

Segundo projeções do Hydrogen Council, associação internacional que reúne grandes empresas do setor energético, a demanda mundial por hidrogênio deve crescer cerca de cinco vezes até 2050. 

Atualmente, existem mais de 1.500 projetos de hidrogênio de baixa emissão em desenvolvimento no mundo, número que representa um avanço de sete vezes em apenas três anos.

Na distribuição global dos investimentos anunciados, a América Latina ocupa a segunda posição, concentrando aproximadamente US$ 107 bilhões. O Brasil, por sua matriz fortemente baseada em fontes renováveis, desponta como um dos países mais promissores para a produção de hidrogênio verde na região.

Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2)

Instituído em agosto de 2021 pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o PNH2 tem como objetivo fortalecer o mercado e a indústria de hidrogênio no Brasil. 

Atualmente, há 30 projetos de hidrogênio no país, entre iniciativas de pesquisa, plantas-piloto e empreendimentos industriais de grande porte.

Para ampliar a divulgação de projetos no país, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançaram o Portal Brasileiro de Hidrogênio. A plataforma pública on-line pretende ampliar informações estratégicas sobre o setor de hidrogênio no Brasil e atrair novos investidores.

Podcast Energia do Futuro